9 de novembro de 2011

Juízes ameaçados após operação na PB

Uma sessão extraordinária do Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba, realizada na segunda-feira, 7, discutiu um plano de segurança para os juízes do Estado. Ficou decidido que o Judiciário vai trabalhar em conjunto com a Secretaria Estadual de Segurança Pública para proteger principalmente os magistrados das cidades do sertão que dizem estar recebendo ameaças de morte. A decisão acontece depois que autoridades passaram a receber ameaças de morte, por causa da operação Laços de Sangue, que prendeu pessoas suspeitas de envolvimento com crimes de pistolagem na Paraíba e Rio Grande do Norte, motivados por rixas familiares.
Na operação, a polícia prendeu três pessoas em cidades do Rio Grande do Norte. Os demais envolvidos são todos de cidades da Paraíba, principalmente Catolé do Rocha, na divisa com o Rio Grande do Norte. Um dos presos no Rio Grande do Norte morreu queimado, dias depois, durante uma rebelião no presídio em que estava preso, na Paraíba.
Dentre outras medidas, foi determinado um aumento nos investimentos em vigilância física e eletrônica e também reforço policial nos fóruns. A reunião aconteceu na cidade de Catolé do Rocha.
O clima de tensão entre os juízes de Catolé do Rocha e Patos aconteceu depois da realização da operação Laços de Sangue, em setembro, que resultou na prisão de 17 suspeitos de integrar grupos de pistoleiros comandados por famílias rivais. Depois disso, magistrados e delegados da Polícia Civil denunciaram que estariam sendo ameaçados.
Além dos integrantes do TJ, a sessão da segunda-feira também contou com a presença de integrantes da cúpula da Segurança Estadual que vão atuar diretamente no plano de segurança do Judiciário. Na abertura da sessão, o presidente do TJ, desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, ressaltou que o plano objetiva assegurar o bom funcionamento dos trabalhos jurisdicionais e a segurança dos operadores do Direito, servidores dos fóruns e jurisdicionados.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Euler Chaves, afirmou que as Polícias Militar e Civil agirão como a força que a lei determina para combater a violência à Justiça e ao Estado.
"Já determinamos aos comandos do Batalhão e do Tribunal que estabelecessem reforços nas áreas, com policiamentos específicos e físicos nos fóruns, bem como o acompanhamento aos magistrados. Estamos oferecendo todo o apoio necessário para o exercício tranquilo da magistratura", disse.
Para o secretário de Segurança, Cláudio Lima, a atuação conjunta entre os Poderes na contenção da violência garante mais eficácia.
"É necessário avaliar a violência em todo o Brasil, que tem chegado a níveis preocupantes. Segurança pública não é responsabilidade apenas da Polícia, mas um dever e responsabilidade de todos", afirmou o secretário.

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